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 Do que falamos quando falamos de acesso à informação em instituições culturais?

24/11/2016

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Por Dália Paulo
Em fevereiro passado o Comité para a Cultura, Ciência, Educação e Média do Conselho da Europa apresentou o relatório “As Bibliotecas e Museus numa Europa em tempos de mudança” (Doc. 13984, 15 fevereiro 2016) que tem como intenção “ajudar as bibliotecas e os museus a posicionarem-se como plataformas para a educação digital e a inovação, para o benefício das comunidades locais”, um documento ainda pouco divulgado. Por seu lado, a UNESCO vem desenvolvendo trabalho para aumentar o acesso à informação, promovendo o direito universal à informação e ao conhecimento.

Durante as últimas décadas assistimos a um caminho de especialização do conhecimento e das instituições. Museus, Bibliotecas e Arquivos foram fazendo caminhos paralelos, muitas vezes sem se (re)conhecerem e sem partilharem informação, semelhanças e diferenças. No Algarve foram, na primeira década deste milénio, criadas as redes de Museus, Bibliotecas e Arquivos e, até ao momento, apenas pontualmente se intersetaram sem promoverem um encontro entre redes ou qualquer iniciativa conjunta. E é este o cerne da questão: o acesso à informação, comum a todas as instituições, beneficiará certamente de uma reflexão conjunta.

A BAD (Associação de Bibliotecários e Arquivistas e Documentalistas) / Grupo de Trabalho de Informação em Museus e a Acesso Cultura estão a promover um debate que passou por Braga, Porto, Lisboa, Évora e termina, no dia 25 de novembro, em Loulé dedicado ao tema: “Arquivo, Bibliotecas e Museus: acesso à informação”, reunindo profissionais destas três instituições para, em conjunto, refletir sobre o acesso à informação e as suas limitações; o direito a essa informação dos públicos; a preservação dos acervos versus o acesso; constrangimentos éticos, técnicos e mentais; como as novas tecnologias de informação podem contribuir para o acesso e que limites, perigos e vantagens nessa disponibilização. Serão muitas as questões mas todas com um foco principal: o direito do acesso dos públicos aos objetos e documentos que constituem a memória coletiva e ao conhecimento que o acervo de uma biblioteca encerra, de modo a cimentar estas instituições culturais na vida das pessoas e na promoção de uma cidadania plena.

O curioso é que este debate, para mim, começou há umas semanas quando num seminário que ministrei aos alunos de “Introdução à Museologia” da Universidade do Algarve, a convite do professor Francisco Lameira, fui questionada por diversas vezes sobre o porquê de museus, arquivos e bibliotecas não trabalharem em conjunto ou não partilharem (na maior parte dos casos) os mesmos espaços, como centros culturais das cidades, que traria benefícios (segundo eles) e um acesso à informação mais facilitado, criando sinergias entre as várias instituições e os seus públicos. Fiquei a pensar nas afirmações e no argumentário dos alunos, pela sua pertinência e por nos obrigar a pensar fora de esquemas mentais pré-estabelecidos, assim como por ser o oposto ao que vimos assistindo como ideal e correto nas últimas décadas, seja o afastamento destas três instituições culturais. E, se nos recordarmos, em tempos de crise este debate intensificou-se e as vozes eram todas concordantes (quando isso acontece não haverá perigo?) na necessidade de preservar as instituições como as conhecemos e agora vem esta nova geração e questiona o que era uma conquista de gerações anteriores – a da especialização da cultura para promover um melhor e mais qualificado acesso; será mesmo assim? Creio que este é apenas o início de uma reflexão que não é fácil, nem linear mas que devemos tê-la em consideração na construção do pensamento sobre políticas e estratégias culturais.
 
Termino com uma nota de muito orgulho que importa partilhar: o “nosso” Museu de Portimão é citado como um bom exemplo no relatório “As Bibliotecas e Museus numa Europa em tempos de mudança”. No ponto 4.3 sobre parcerias e redes diz-se:
“The Portimao Museum, a local museum in Portugal and winner of the Council of Europe Museum Prize in 2010, has established a rather unusual win-win partnership with the Ministry of Defence of Portugal since 2014. By organising awareness-raising events and initial recruitment contacts for young people in the museum rather than in army barracks, the Ministry relates the army through the region’s identity, its cultural heritage and future development.”
É importante e imperativo divulgar as instituições de excelência da nossa região, sendo o Museu de Portimão uma delas, por muitos motivos e dentre eles realço dois: a continuidade, consistência e resiliência do projeto (mais de trinta anos) alicerçado na(s) comunidade(s) e a qualidade da equipa técnica.

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